O Aqueduto de Elvas, cujo nome oficial é Aqueduto da Amoreira, é uma estrutura construída no século XVI para abastecer de água a cidade de Elvas.
Sofreu diversas intervenções nos séculos imediatos à sua construção, de demolição ou reconstrução, consoante foi necessário adaptar estruturas militares a este importante reduto de defesa, especialmente no contexto das Guerras da Restauração.
Ao longo do tempo, foi recebendo várias aduções de água, respondendo às necessidades de uma população crescente. Funcionou como meio de abastecimento de água a Elvas até quase ao final do séc. 20.
Caraterísticas do aqueduto
O imponente aqueduto tem um comprimento total de 7054 metros, desde a nascente na Serra do Bispo até ao Chafariz do Jardim. Do jardim até à Fonte da Vila são mais 450 metros.
Além disso, percorre por via subterrânea a distância de 1367m, ao nível do terreno 4049m e, sobre arcadas, 1683m.
No Outeiro de São Francisco começa o segundo canal, que inflete para o Outeiro dos Pobres e encontra-se com a arcada no Rossio.
Lança-se num total de 833 arcos que nalguns pontos se sobrepõem em quatro registos, de arcos de estribo de volta perfeita, com ombreiras diminuindo em função da altura.
As arcadas apoiam-se em pilares quadrangulares, fortalecidos por contrafortes semicirculares e piramidais de diferentes alturas. A mãe de água, na Horta de Trinta-Alferes, é circular e na baixa de São Gonçalo (Herdade da Serra do Bispo), uma arca com tanque de decantação na nascente da Borracha. Ao longo do percurso, existem várias armas municipais, as mais antigas em mármore e outras em azulejo.
Recomendo um artigo muito interessante sobre o Aqueduto de Elvas escrito em forma de reportagem fotográfica.
História do Aqueduto de Elvas
Em 1498 a única fonte de abastecimento de água potável à Vila era o Poço de Alcalá, junto da Porta do Bispo. No entanto, o poço começou a perder água. A situação era difícil pois havia uma dificuldade suplementar de abastecimento a partir das nascentes que circundavam a vila, devido ao desnível existente entre a povoação e os terrenos. O rei D. Manuel autoriza um imposto, o Real de Água, para fazerem obras no poço.
Porém, a iniciativa não alcançou os resultados pretendidos surgindo então a ideia de ir buscar a água à Amoreira, a cerca de 8 Km.
Em 1529 tem início da construção do aqueduto.
Em 1537 o rei D. João III envia a Elvas o arquiteto Francisco de Arruda, de forma a melhorar o projeto inicial. Perante a falta de dinheiro para a obra, o rei autoriza a aplicação dos dinheiros das multas e a venda de terrenos municipais.
Em 1542 ocorrem desvios de água, sendo por esse motivo criado o cargo de Visitador do Cano.
Entre 1558 e 15560 há registo de várias cartas da Rainha D. Catarina a pressionar a Câmara para continuar as obras do aqueduto de Elvas.
O dinheiro escasseava e, por esse motivo, o rei D. Sebastião, em 1571, autoriza a aplicação de uma finta aos moradores, de acordo com o seu rendimento.
É já Dom Henrique que, em 1579, numa tentativa de continuar a adequar a obra de recursos financeiros, solicita ao bispo de Elvas que participe na obra.
O domínio filipino
Em 1580 ocorre a invasão castelhana. Perante tal evento, a prioridade era fortificar a cidade. É então destruída a obra que já estava feita. No entanto, na negociação com os castelhanos para a rendição da cidade, uma das condições foi precisamente a poupança (do que restava) e a conclusão da obra do aqueduto.
Em 1606 recomeçam as obras no aqueduto, com o lançamento de novo imposto do Real de Água.
A 23 de junho de 1622 é inaugurado o Aqueduto e a Fonte da Misericórdia.
Em 1627 é decidido prolongar os impostos por mais dois anos, para a construção dos chafarizes da cidade
Em 1628 o aqueduto ed Elvas alimenta a Fonte da Misericórdia, o Chafariz da Madalena, o Chafariz de São Lourenço, o Chafariz de São Domingos, o Chafariz de São Vicente e o Chafariz da Alameda.
Referências
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