O Campo Entrincheirado de São Julião da Barra foi construído durante a Guerra Peninsular. O objetivo seria prever possíveis desembarques de reforços de tropas inglesas.
A Guerra Peninsular
O exército aliado, constituído por forças portuguesas e inglesas, enfrentava os exércitos de Napoleão, que invadiam toda a Península Ibérica.
A primeira invasão, comandada pelo general francês Junot, teve origem na Beira Baixa, provocando grande destruição no seu trajeto até Lisboa. Essa violência fez despertar um espírito de revolta na população.
O desembarque de reforços ingleses, comandados por Wellesley, duque de Wellington, trouxe outro ímpeto às hostes portuguesas.
Junot é derrotado nas batalhas da Roliça e Vimieiro, em 1808, culminando com a assinatura da Convenção de Sintra.
[consultar artigo sobre General Junot na Wikipédia]
2ª Invasão
No entanto, em 1809, os franceses voltam a invadir Portugal. Desta vez comandados pelo General Soult. Entram pela fronteira de Trás-os-Montes e conseguem chegar ao Porto, onde instalam o seu Quartel-General.
[consultar artigo sobre General Soult na Wikipédia]
As forças defensoras, comandadas por Wellesley e Beresford, marcham em direção ao Porto provocando, dessa forma, a retirada de Soult para a Galiza.
3ª Invasão
Depois, em 1810, Portugal foi invadido pela 3ª vez pelas forças de Napoleão. No entanto, desta vez o exército invasor era muito mais forte, comandado por Messesna.
Entrou pela fronteira Leste, ocupou a praça de Almeida e tomou a cidade de Viseu.
Continuava então o seu percurso quando foi travado por Wellesley no Buçaco. Os franceses contornavam as posições defensoras mas, ao encontrar o bem concebido sistema defensivo das linhas de Torres, tiveram de retroceder.
[consultar artigo sobre Arthur Wellesley, 1º Duque de Wellington]
Linha defensiva à volta de São Julião da Barra
As Linhas de Torres cumpriram bem a sua missão. No entanto, se não o tivessem feito, estava prevista a organização de uma linha defensiva que contornava São Julião da Barra. O objetivo principal seria proteger o embarque das tropas aliadas se tivessem que bater em retirada.
Essa linha era constituída por uma série de de obras fortificadas que se apoiavam do lado direito no Forte das Maias (Santo Amaro de Oeiras) e, do lado esquerdo, no Forte do Junqueiro (Parede).
Esta linha desenvolvia-se pelos Moinhos das Antas e do Combro, Reduto de Oeiras, Alto da Medrosa e Quinta da Alagoa. Parte desta linha destinava-se a cobrir duas pontes existentes sobre a Ribeira da Laje.
Traçado Entrincheirado
Da mesma forma, julgou-se necessário construir um traçado entrincheirado, bem organizado, que envolvesse São Julião da Barra do lado da costa.
Esse traçado desenvolvia-se em flecha, e no seu vértice assentava um regular elemento fortificado destinado a vigiar e bater com os seus fogos o terreno à distância e os fossos dos ramais do entrincheiramento.
Os flancos dispunham de baterias de artilharia com duas ordens de fogos, além de um reduto central como obra avançada.
A esse traçado convencionou-se chamar campo entrincheirado de São Julião da Barra.
Referências
- Artigo adaptado de uma publicação de Luís Costa no Jornal Militar, outubro de 1993.
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