A Fortaleza de Segura encontra-se na localidade de Segura, concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, em Portugal. Está situada em terreno elevado, a cerca de 250 metros acima do nível do mar, na margem direita do rio Erges.
Ver a Fortaleza de Segura no mapa.
O excelente posicionamento face à antiga ameaça de Castela, mesmo do outro lado do rio, fez com que a Fortaleza de Segura tivesse grande valor militar.
A construção da fortaleza foi, provavelmente, obra dos romanos. Pretendiam assim garantir a travessia segura do rio, e estabelecer um posto que vigiava a estrada de Mérida até à Guarda.
A fortificação de Segura sofreu danos avultados durante os períodos bárbaros e mouros. No entanto, Dom Sancho II (1223-1248) reconstruiu o castelo e doou-o à Ordem Militar dos Templários, passando, mais tarde, para a Ordem dos Cavaleiros de Cristo.
Origem de Segura
O topónimo Segura tem, certamente, a origem na situação geográfica da povoação. A elevação do terreno e o difícil acesso tornava esta posição “segura” face às intenções dos inimigos.
As beneficiações de Dom João IV
Dom João IV foi um rei muito consciente da necessidade de dotar Portugal de infraestruturas militares que nos protegessem da permanente ameaça Castelhana. Por esse motivo, em Segura, mandou construir uma muralha que envolvesse o castelo e incluísse a própria povoação.
Ali se deveria recolher a população na eventualidade de um ataque ou ameaça dos viznhos além fronteira. Os habitantes, ao sinal de alerta, recolhiam, com o seu gado, para o interior das espessas muralhas de pedra. A cerca tinha duas portas: a Porta de Cima, ao norte, e a Porta de Baixo, do lado sul.
Castelo de Segura
O castelo, no topo da elevação, era bastante robusto. Rodeado por um fosso profundo, tinha uma barbacã com dois cubelos ameados, com seteiras e bombardeiras.
O acesso era feito tanto pela Porta da Traição como pela Ponte Levadiça.
No interior erguia-se a Torre de Menagem, com uma pequena porta, vedada por batentes muito fortes, cujo acesso se fazia através de uma escada de pedra. Havia também uma guarita que, guarnecida com atiradores, garantia a sua defesa.
No interior, os diferentes andares eram conectados por escadas de madeira. Tinha, dessa forma, coberturas abobadadas e uma fresta aberta para o exterior. Perduram ainda os restos de uma cisterna.
A degradação da fortaleza
Foram várias as campanhas que provocaram destruição na povoação de Segura e no seu castelo. No início do século XVIII travou-se uma guerra pela sucessão em Espanha. Carlos II falecera sem deixar descendentes e, Dom Pedro II de Portugal, apoiou o pretendente Arquiduque Carlos. Por esse motivo, forças espanholas comandadas pelo Duque de Berwick, invadiram Portugal entrando pela Beira, ocupando Salvaterra do Extremo, Segura, Monsanto, Idanha e Castelo Branco.
As forças portuguesas, lideradas pelo Marquês das Minas, contra-atacaram retomando Segura e outras localidades. A dinâmica de vitória alcançada foi tanta que só pararam mesmo em Madrid. No entanto esse não era o objetivo e retiraram de seguida. Posteriormente, já com Dom João V a reinar, com o tratado de Utrech traria novamente a paz entre Portugal e Espanha.
Guerra dos Sete Anos
Mas, ainda no século XVIII, Segura voltaria a ser tomada por Castelhanos. A Guerra dos Sete Anos, entre França e Inglaterra, voltaria a ter repercussões entre os dois países ibéricos. Portugal, fiel à sua antiga aliança com Inglaterra, não aderiu ao Pacto da Família Bourbon proposto por Luís XV de França. Forças franco-espanholas invadem Portugal pela fronteira de Trás-os-Montes e Beiras, tomando a praça de Segura.
Invasões Francesas
Em 1807, Portugal não encerrou os seus portos de mar aos navios ingleses, como era pretensão de França. Por esse motivo, deu-se a primeira invação francesa, comandada pelo General Junot. O exército francês atravessou a fronteira arrasando Segura, Zebreira, Idanha-a-Nova, a caminho de Lisboa.
Todas as localidades portuguesas junto à fronteira sofreram bastante. A agressão só terminou, bastante mais tarde, com a assinatura da Convenção de Sintra, que implicou a retirada de todas as tropas francesas.
Outros locais de intresse na vizinhança
Referências
- Baseado no artigo do Coronel Bastos Moreira no Jornal do Exército
- Ficha do Castelo de Segura / Fortaleza de Segura no SIPA
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